Construtoras apostam em tecnologia na Construção Civil

Já imaginou fazer uma compra e ao final descobrir que o preço ultrapassa em 80% do planejado, ou encomendar um presente de aniversário que chegue depois da data?

E se a diferença no custo estiver na ordem de bilhões de reais e a compra for uma linha de metrô para as olimpíadas?

Parece loucura, mas é comum na construção civil.

A obra em questão é a Linha 4 do metrô no Rio de Janeiro: orçada em R$ 5,4bi , custou efetivamente R$ 10,4bi de reais. Uma diferença de impressionantes 92%. Segundo estudo da consultoria McKinsey & Co. “estouros de orçamento e atrasos no cronograma são a norma na construção. Grandes projetos geralmente demoram 20% a mais que o planejado para serem concluídos e seus custos podem exceder o orçamento em até 80%”.

Mas se engana quem imagina que estouros no orçamento são exclusividade de obras públicas ou bilionárias. O descontrole do orçamento é praxe em residências unifamiliares e em construções de edifícios.

A fim de diminuir as incertezas, construtoras e incorporadoras estão investindo em tecnologia para aumentar a precisão nos orçamentos e acompanhar o planejado.

Um exemplo é o projeto da linha de trem Elizabeth, em Londres. A empresa responsável desenvolveu um modelo virtual da construção em plataformas BIM, o qual combina dados de todas as disciplinas de projeto e, a partir da modelagem, compara com as redes de esgoto e energia elétrica presentes na cidade, antecipando problemas e interferências. O modelo virtual traz ainda informações dos materiais a serem utilizados e respectivas quantidades, permitindo aos gestores maior precisão nos orçamentos.

Em um projeto comum, a empresa teria que lidar com uma grande quantidade de informações desvinculadas entre orçamentos, interferências e projetos espalhados em diferentes softwares incompatíveis, o que aumentaria de forma exponencial a probabilidade de interferências não previstas nas obras.